quarta-feira, 11 de maio de 2011

A educação na periferia tem jeito?

Por Roberta Amaral Sertório Gravina

Após todas as pesquisas que fizemos ao longo desse projeto, acerca dos temas de cultura, periferia e produção científica, chegamos à conclusão de que existem diversas formas de participar do circuito acadêmico e percebemos que os agentes culturais das regiões denominadas por nós como periféricas são bastante atuantes nesse sentido.

O problema está no reconhecimento social dessa produção. Em como as manifestações culturais oriundas da periferia são vistas pela sociedade, principalmente a acadêmica.

É sabido que toda produção científico-cultural advém de um incentivo, seja ele estabelecido por alguma obrigatoriedade estudantil ou por motivação própria. Porém, como devemos pensar nesse incentivo no caso das periferias, onde o sistema educacional é deficiente e os indivíduos são soterrados por suas atividades básicas de sobrevivência?

Quando discutíamos sobre isso, veio ao nosso conhecimento um vídeo do projeto Technology, Entertainment, Design (TED), que traz especialistas em diversos assuntos para falar sobre suas pesquisas. A que nos interessa aqui, trata-se da palestra “Educação inovadora nas favelas” de Charles Leadbeater, um jornalista inglês que apresentou seus estudos ao TED em abril de 2010.

A fala de Leadbeater nos chamou atenção quando ele mostra meninos da favela do Macaco, localizada no Rio de Janeiro e explica ao público da conferência como um empresário conseguiu mudar suas vidas através da motivação por meios tecnológicos.

Outros exemplos no Brasil e em demais países foram citados e todos clamam pelo viés educacional, onde o palestrante diz que nessas regiões – por nós consideradas periféricas – o sistema educacional deve primar por “puxar” o indivíduo e não “empurrá-lo” como ocorre no modelo tradicional oferecido atualmente.

Essa atração, segundo Leadbeater, deve ocorrer com um currículo que faça a diferença para os jovens em seu ambiente de vida, e que a chave para alcançar o sucesso nessa empreitada é a motivação através de instrumentos que tenham alguma significação no mundo dessas pessoas.

Atrativos como computadores, jogos e educação oferecida à base de perguntas, onde os estudantes são os formuladores de respostas a partir de informações oferecidas conforme a evolução de seu aprendizado formam o caminho se chegar a um sistema educacional mais apropriado às favelas – ou periferias – chegando à produção científica naturalmente.

Vejam o vídeo e deixem sua opinião!




Vídeo consultado:

CHARLES Leadbeater: education innovation in the slums. Disponível em: <http://www.ted.com/talks/lang/eng/charles_leadbeater_on_education.html>. Acesso em: 10 maio 2011.

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